quarta-feira, 30 de abril de 2025

Diferença entre bipolaridade e mudanças de humor comuns



Vivemos numa época que cada vez mais é comum o debate sobre saúde mental, o que é muito bom. Porém, a banalização de algumas expressões e mesmo o autodiagnóstico, ainda gera desinformação e atrai olhares de forma negativa.


Você já deve ter ouvido ou até dito que “Fulana é meio bipolar, troca de ideia toda hora” ou “Hoje estou meio bipolar”. Embora seja um jeito comum de se expressar, não reflete a realidade do transtorno afetivo bipolar e podem confundir comportamentos normais com uma condição clínica.


Mas afinal, qual é a diferença entre ser bipolar e ter variações normais de humor?


Intensidade e duração dos episódios


Todos nós temos dias que acordamos mais irritados, ansiosos ou tristes, e o contrário também acontece: Mais animados, felizes. Geralmente há uma causa identificável (estresse, cansaço, uma boa ou má questão financeira, questões pessoais) e passam rápido, em horas ou poucos dias.


O mesmo não se pode dizer dos episódios de depressão ou mania/hipomania. Apesar de existirem diversos gatilhos para se iniciar um episódio e seja importante evitá-los, muitas vezes eles apenas acontecem. Além disso, eles podem durar dias, semanas ou mesmo meses, são mais intensos e incapacitantes,e afetam seriamente a vida da pessoa no trabalho, nos estudos e no dia a dia.


Sintomas específicos


O transtorno bipolar não se resume a uma mudança de humor. Há episódios definidos, com características específicas:


  • Episódio depressivo: tristeza profunda, falta de energia, perda de interesse, dificuldade para dormir ou excesso de sono, culpa, pensamentos suicidas.

  • Episódio de mania: euforia, autoestima inflada, fala acelerada, impulsividade, ideias grandiosas, pouca necessidade de sono e comportamentos de risco.

  • Hipomania: semelhante à mania, mas em menos intensidade, ainda assim, fora do padrão habitual.

  • Fase mista: A pessoa pode apresentar sintomas de ambos (mania e depressão) ao mesmo tempo ou alternar rapidamente entre eles.


Esses estados não são mudanças simples de humor. Eles interferem na percepção de nós mesmos e como nos relacionamos com o mundo.


Frequência e ciclicidade


Há uma alternância entre os episódios de mania/hipomania e depressão, com períodos de estabilidade entre eles. Essas fases se repetem durante os anos, com variações de intensidade e frequência.

O que é diferente de uma sem o transtorno, onde as mudanças normalmente são reações a eventos externos e não seguem um padrão cíclico e nem duram tanto tempo.


Impacto na vida da pessoa


Outro ponto é o impacto causado pelos episódios. Oscilações comuns de humor normalmente não afetam ou têm impacto grave na rotina. O mesmo não pode ser dito sobre as fases do transtorno bipolar, onde pode levar a decisões impulsivas (gastos excessivos, términos repentinos, abandono no trabalho, crises emocionais intensas que pode até chegar a internação ou suícidio em casos mais graves.


Diagnóstico profissional


É comum que pessoas se identifiquem com alguns sintomas e achem que têm transtorno, por isso é importante consultar um psiquiatra, pois só ele pode diagnosticar se a pessoa tem ou não a condição.


Autodiagnóstico e automedicação podem ser perigosos e podem atrasar o início do tratamento correto caso precise.


Conclusão


Não banalize e procure informação de fontes confiáveis para se aprofundar no assunto, procure um médico se desconfia que tem TAB. Bipolaridade é uma condição de saúde mental que exige atenção, tratamento e respeito. Entender a diferença entre variações normais de humor e o transtorno bipolar é importante para combater o estigma que permeia a condição.


quarta-feira, 23 de abril de 2025

Diagnóstico e caminho para estabilidade - Relato pessoal



Em junho de 2017 comecei a ter uma crise depressiva profunda que quase me fez perder o semestre todo da faculdade. Consegui finalizar e como já estava “acostumada” com a fase depressiva (mesmo eu não sabendo ainda do diagnóstico de bipolaridade), achei que logo as coisas iam se acalmar e ia voltar ao “normal”.

Mas desta vez não acalmou. Passei o período de férias chorando todo dia, me sentindo um peso para minha família e uma vontade enorme de só desaparecer. E então um novo semestre começou e eu mesmo assim insisti em continuar. Achava que ia aguentar, uma hora ia passar. Sempre passava, por que agora seria diferente?


Conforme os dias passavam, mais difícil ficava de levantar e ir para a aula. Mais difícil era prestar atenção e fazer os exercícios que os professores passavam. Até que numa noite, em uma tentativa de pedir ajuda, eu saí do meu quarto aos prantos em busca da minha mãe. Precisava que ela me acalmasse, que fosse minha luz no fim do túnel. E como uma boa mãe ela me acolheu.


Decidimos procurar um psiquiatra. Contei tudo o que sentia desde a adolescência e foi quando ele me diagnosticou com transtorno bipolar. Receitou o famoso lítio e não me recordo se passou algum medicamento para depressão (me deem um desconto, faz muitos anos).


Bom, até aí tudo bem, né? Eu finalmente sabia que o que eu sentia tinha nome, que não era preguiça, má vontade ou qualquer outra coisa. Sim, tudo bem até eu pedir um atestado para trancar a faculdade. Esse homem, meus caros leitores, esse homem só faltou me xingar e xingar até a oitava geração da minha família. Tratou como frescura e só deu o atestado porque insisti. Não sabia que era possível você se especializar em algo e simplesmente negar o que seu paciente sente.


Nesse momento, minha mãe decidiu me colocar num plano de saúde. Tive que esperar pouco mais de um mês para minha primeira consulta com o novo psiquiatra, mas finalmente consegui. Esse novo médico era bem diferente do primeiro, começando que ele parou de verdade para me ouvir e quando soube que o anterior não passou o exame de lítio e ainda me tratou daquele jeito quis denunciá-lo, o que não foi possível pois eu não tinha mais o CRM (nem sabia o que era isso).


Bom, ele receitou o lítio, o exame de lítio (que agora eu sabia que precisava fazer) e mais um remédio para depressão e um tempo depois um para insônia também. Consegui “normalizar” depois de algum tempo. Infelizmente depois de uns bons meses, eu não consegui me adaptar completamente ao lítio, pois precisava tomar quatro comprimidos por dia e isso estava me fazendo mal.


Trocamos o lítio por um outro lançado a pouco tempo no mercado chamado Latuda. Isso foi na segunda metade de 2018 e segui com esse novo medicamento até início de 2020, quando precisei parar pois desenvolvi reação ao medicamento. Nisso a pandemia estourou e minha consulta foi cancelada. Só depois de meses consegui uma nova consulta, mas infelizmente o psiquiatra com quem me consultava deixou a clínica.


Só fui a uma consulta com esse novo médico e o detestei. Atendia rápido, parecia não escutar o que eu dizia. Falei que não queria lítio e ele me passou justamente ele. Decidi tentar outro e foi a mesma coisa e pior: Quando precisei pegar uma nova receita, me tratou mal.


Depois disso precisei encerrar o plano de saúde, já que na época passamos por um momento financeiro delicado. Meses depois consegui consulta na rede pública daqui da minha cidade e estou nela até hoje.


O primeiro psiquiatra passou lítio também (nesse momento eu só desisti que não ia ser ouvida), até ele sair e entrar a médica atual. Depois que meu exame de tireóide deu alterado, ela decidiu FINALMENTE trocar o lítio. Depois perguntou se eu queria voltar para ele, mas eu respondi que não e que me sinto muito melhor com ele.


E é verdade, sou outra pessoa com esse novo medicamento. Sinto-me muito mais estável, mais no controle. Mas isso é papo para outro artigo.


Conclusão


Receber o diagnóstico me trouxe alívio, eu finalmente tinha um nome e tratamento para o que sentia. Embora o caminho não tenha sido tão fácil, foi um período de autoconhecimento e continua o sendo. Hoje entendo muito mais sobre mim do que há oito anos. Também tenho muito o que agradecer àqueles que ficaram ao meu lado.


Ainda há muito o que se viver, mas um passo de cada vez.



Música de hoje: Sandy part. Tiago Iorc - Me Espera


quarta-feira, 16 de abril de 2025

O impacto da fase depressiva na rotina e na autoestima



Quem já entrou na fase depressiva, ou mesmo tem depressão, sabe como é difícil manter uma mínima rotina. É uma experiência profunda, silenciosa e muitas vezes paralisante, que afeta diretamente a rotina, os relacionamentos e, principalmente, a forma como nos enxergamos.

Tarefas simples como tomar banho, levantar da cama, responder um e-mail do trabalho, tornam-se difíceis e exaustivas. Quantas vezes já adiei compromissos, enrolei para limpar a mesa do computador, entre outras micro tarefas do dia a dia. Este texto mesmo estou fazendo na noite anterior a ser postado, mesmo tendo a semana toda para fazer.


Para quem olha de fora, parece “preguiça”, “desinteresse” ou “má vontade”. A verdade é que é um peso, te falta energia e nada parece valer o esforço. Com o tempo, a bagunça da vida externa começa a refletir ainda mais a confusão interna.


Autoestima em pedaços


Uma parte bastante cruel da fase depressiva é a constante autodepreciação e baixa autoestima. Pensamentos como: “Por que sou tão inútil?”, “Não consigo fazer nada”, “Por que eu sou assim?” ou “Nunca vou conseguir ser como as outras pessoas”, são comuns nessa fase.


Nossa mente se torna implacável e critica tudo o que fazemos e o que deixamos de fazer, e o que erramos. E o pior: essas vozes internas não soam como dúvidas, elas soam como verdades absolutas.


A falta de energia, motivação e dificuldade de realizar tarefas simples, tornam-se culpa e a culpa passa a te corroer e alimentar a depressão. O cérebro deprimido passa a se comparar com quem “parece estar bem” e reforça a ideia de fracasso pessoal.


E a cada dia em que algo não é feito, fica mais difícil acreditar no próprio valor ou capacidade. Isso forma um ciclo doloroso: a depressão enfraquece a autoestima, e a baixa autoestima alimenta a depressão.


O que antes era apenas um momento difícil começa a parecer isso é quem somos. E é aí que mora o perigo: quando deixamos de entender a fase depressiva como um episódio do transtorno e começamos a vê-la como um reflexo de quem somos. Mas ela é isso: uma fase.


Como tentar lidar com esse momento


Seja gentil consigo mesmo. Você não está assim por que quer e não adianta tentar manter o mesmo ritmo de sempre. Desacelere e reconheça que agora você está numa fase dolorosa, mas passageira.


Estabelecer microtarefas


Comece reduzindo a escala do que você pode fazer durante o dia. Coisas como: Arrumar a cama, escovar os dentes, trocar de roupa, beber água. Pode parecer pouco para quem vê de fora, mas sabemos que para quem está passando pela fase depressiva, é um esforço enorme.


Criar uma rotina mínima


Tente criar uma rotina leve, com horários para acordar, comer, tomar banho e dormir. Nosso cérebro gosta de rotina e mesmo que nem tudo seja cumprido, já traz o senso de previsibilidade.


Reduzir o isolamento, com cuidado


Tendemos a nos isolar nessa fase, mas é preciso ter alguma conexão para aliviar a sensação de solidão e abandono. Mesmo que seja só por mensagem, uma ligação ou estando no mesmo ambiente que alguém querido. Não precisa ser uma conversa profunda ou falar sobre o que está sentindo. Estar junto, mesmo em silêncio, também é presença.


Buscar apoio profissional


Terapia, acompanhamento psiquiátrico e, ou medicação são essenciais para manter as fases do transtorno bipolar minimamente estáveis. É importante não parar o tratamento por conta própria e informar o profissional responsável sobre as alterações de humor.


Se possível, deixar um “plano de crise” pronto para esses momentos, com contatos de confiança, lembretes de estratégias que já ajudaram antes, e orientações do seu profissional de saúde,  pode fazer uma grande diferença.


Tenha passatempos


Ter algo para ocupar e exercitar a mente é importante não só para quem passa pela fase depressiva. Pintura, escrever, bordado, desenho, leitura, fazer palavras cruzadas, carpintaria, etc. É bom se ocupar, ter algo que gosta.



Conclusão


Olhar para si com menos julgamento e mais acolhimento é um exercício diário e difícil, mas ajuda a reconstruir, pouco a pouco, a autoestima. Não é uma fraqueza, é uma fase que precisa de cuidado, compreensão e suporte.


quarta-feira, 9 de abril de 2025

Famosos que sofrem com transtorno bipolar



O dia 30 de março é o Dia Mundial do Transtorno Bipolar. A data foi escolhida em homenagem ao aniversário do famoso pintor holandês Vincent Van Gogh, que foi diagnosticado como bipolar após sua morte.

É comum acharmos que famosos não lidam com estresse e doenças mentais, mas a verdade é que são tão humanos quanto nós pessoas comuns. A verdade é que muitos, devido a alta pressão que os bastidores da fama impõem, sentem vergonha de admitir que possuem algum transtorno. Mas há aqueles que não se intimidam e assumem publicamente possuir alguma doença mental.


Abaixo há uma lista de famosos que também possuem/possuiam bipolaridade.



Vincent Van Gogh


Acadêmicos holandeses estudaram aproximadamente 1.000 cartas do pintor a fim de elucidar a hipótese de transtorno bipolar. A conclusão do estudo foi que Van Gogh havia desenvolvido transtorno bipolar, com traços de transtorno de personalidade borderline, e que “provavelmente piorou devido ao consumo de álcool combinado à desnutrição”.

Van Gogh não compreendia totalmente o que estava acontecendo com ele. Ele escreveu sobre uma "febre ou loucura mental ou nervosa".

“Não sei exatamente o que dizer ou como nomeá-la”, escreveu. 

Demi Lovato


A cantora revelou seu diagnóstico em 2011 à revista PEOPLE, depois de ter passado três meses em um centro de tratamento para tratar anorexia e bulimia. Lá ela descobriu e entendeu por que tinha problemas em controlar suas emoções e ações.


Catherine Zeta-Jones


A atriz galesa foi diagnosticada com transtorno bipolar II e já se internou em uma clínica para tratar a doença. “Aqui, para o doente, deixe-me dizer isto: sei que você não está sozinho e que você não é o único a ter alguns momentos terríveis", disse.


Jean-Claude Van Damme


O famoso ator, diretor e lutador enfrentou desafios por conta do transtorno e por dependências químicas.


Sinéad O'Connor


A cantora irlandesa lutou durante muitos anos com sua saúde mental. Em 2007, ela contou ao programa The Oprah Winfrey Show que foi diagnosticada com a doença. Também houve tentativas de suicídio durante sua vida.


Rita Lee


Em 2012, ao lançar a música “Reza” para a novela “Avenida Brasil”, a cantora revelou à revista “Quem” que pode ter sido diagnosticada com bipolaridade. “Descobri isso faz pouco tempo. Tive a vida inteira essa situação de oscilar entre euforia e depressão. Eu sinto que aconteceram situações de estresse emocional em minha vida e não tinha orientação nenhuma. Quando o médico diagnosticou a bipolaridade, eu fiquei tranquila. Falei: ‘Finalmente alguém me disse o que eu sou’. As peças encaixam”, desabafou a cantora.


Maurício Mattar


Ao participar da campanha “A Sociedade Contra o Preconceito”, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) em 2013, o cantor revelou que foi diagnosticado após a própria Rede Globo o encaminhar para uma psicóloga, que o encaminhou para um psiquiatra.


Mariah Carey


Diagnosticada em 2001, mas só anos depois a cantora decidiu iniciar tratamento. “Até recentemente, eu vivia em negação, me isolava e tinha um constante medo de que alguém iria me expor”, explicou Mariah. “Era um fardo muito pesado para carregar e eu simplesmente não conseguia mais.”


quarta-feira, 2 de abril de 2025

As amizades perdidas pelo caminho - Relato pessoal



Todos nós já falamos ou fizemos coisas em que bateu o arrependimento, de imediato ou não. Seja porque um dia você não está bem ou só a falta de maturidade em perceber que algo que você fazia/faz machuca o outro.


Hoje quero falar de dois casos onde perdi amizades por impulsividade e falta de tato. É importante notar que nos dois casos eu não fazia tratamento e nem sabia que tinha o transtorno bipolar e, portanto, vivia de maneira instável


Isso, claro, não me exime da culpa de que fui eu que causei as situações.


Carlos


Eu tinha esse bom amigo, que vamos chamá-lo de Carlos, o qual o via como um irmão mais novo. O conheci online, em um joguinho para computador muito famoso na época. Ele morava no mesmo estado que eu, mas como éramos muito jovens só fomos nos encontrar uma vez quando já tínhamos um tempo de amizade.


Carlos era um jovem muito tranquilo e engraçado. Conversávamos diariamente sobre muitas coisas. Também tínhamos amigos em comum, então a conversa também girava em torno deles.


Certo dia eu estava muito estressada sem motivo, provavelmente numa fase mista. Estava dando respostas ríspidas, enquanto Carlos só queria bater o mesmo papo de sempre. Numa dessas ele me pergunta “Qual o seu problema?”. Não pensei duas vezes, não medi as palavras e apenas soltei um “Gente como você”.


Bem, agora vocês estão pensando que, independente se foi culpa do TAB ou não, eu mereci o fim da amizade. Sim, eu sei, estou totalmente ciente e concordo plenamente. A impulsividade é uma faca de dois gumes: Pode dar muito certo ou muito errado. Mas olhando agora do presente eu não me arrependo de ter acabado, e sim de como acabou. Carlos e eu seguimos com visões de mundo diferentes, estávamos fadados ao distanciamento e talvez tenha sido melhor assim.


O mesmo não pode ser dito sobre o Alan.


Alan


Também conheci o Alan (nome fictício) em um jogo através de um amigo em comum. Desde o começo sempre foi meio conturbado nossa relação. Isso porque eu, como já deve ter dado para perceber, não tinha muita responsabilidade emocional, tampouco o dava o devido respeito que nossa relação pedia.


Eu estava acostumada com amigos que riam e não se importavam com meio jeito meio grosseiro. Mas Alan era diferente, era um menino sensível e não parecia entender que eu não falava para machucá-lo e sim porque era o meu jeito mesmo.


Quando há duas pessoas com personalidades tão diferentes, concessões precisam acontecer para que as coisas fiquem equilibradas e fluam.


E não aconteceu.


Alan ficou cansado e com razão. No lugar dele também ficaria. Não sei como ele está hoje em dia, mas imagino que bem já que não ouvi nada do nosso amigo em comum.


Diferente do caso do Carlos, eu gostaria de ter um momento propício para um pedido de desculpas ao Alan. Não que eu ache que não devo desculpas ao Carlos, é só que no caso dele não há o que fazer, nossas diferenças vão muito além de um assunto mal acabado de 11 anos atrás.


Carlos e Alan nunca vão ler esse texto e talvez até já tenham esquecido sobre essas situações passadas. E assim seguiremos e talvez um dia nos encontremos. Mas esse dia não é hoje.




Música que me acompanhou nesse finalzinho: Ely Eira - Monster